segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Minhas viagens

Este aqui é mais recente e maior. Ele, assim como o da minha postagem anterior, reflete muito sobre mim, como penso, como sou. Confirmo o que disse na MEU NOME: lendo um texto, você passa a conhecer o autor. Espero que vocês gostem.. não esqueçam/não deixem de comentar o que acharam!!!


Minhas viagens
Fevereiro de 2013
         Finalmente terminei minhas tarefas e obrigações. Agora posso viajar. Só agora o final de semana está começando de verdade.
         A maioria das pessoas da minha idade não está em casa hoje, agora. Acho que quase todos estão em shoppings, praças, parques, em um dia bonito como esse. Mas eu não faço parte dessa maioria. Estou no jardim da minha casa, caminhando para o banco na sombra que temos. O MEU banco. O lugar para onde vou quando quero viajar.
Sento-me nele. Respiro fundo e sorrio. Este é o meu lugar. Aqui é a minha casa, o lugar onde me sinto bem, o lugar onde posso ser eu, fazer o que gosto, ser quem eu quero. Começo minhas viagens.
O jardim desaparece como mágica e à minha volta vejo um lugar totalmente diferente. Sei que nenhum outro ser humano esteve aqui. Não entendo como, mas sei que fiz algo bom, algo importante. Completei uma missão que salvou este planeta. Sim, sei que estou noutro planeta. Não há dúvidas disso: as leis da física, da química, todas elas, as mais absolutas, as mais inquestionáveis leis da Terra não mostram nem sinal de terem se aplicado aqui.
Uma multidão aparece. Não de humanos, e sim de um povo alienígena, que para mim é muito familiar. Eles estão felizes e me carregam acima de suas cabeças. Gritam em coro um som que sei que é como me chamam. Fiz algo importante e agora sou a heroína deles. Grito em comemoração. A alegria estampada neles é minha alegria. Estou radiante de felicidade. Então o planeta desaparece e o cenário muda outra vez.
Á minha volta eu vejo água, muita água. Demoro apenas alguns segundos para perceber que estou no fundo do oceano.
Peixes nadam à minha volta e o sol atravessa a água, refletindo no fundo, proporcionando um efeito mágico. Poucos já tiveram a oportunidade de ver essa maravilha da natureza. Um tubarão assassino passa tranquilamente a alguns centímetros de meu rosto. Não me assusto.
Respirar e abrir os olhos não são problema. Já estive aqui. Não há nada de anormal nesta situação, embora eu tenha um leve pressentimento de que deveria haver.
Estou exausta, mas algo me impulsiona a continuar nadando, andando ou seja lá como me locomovo: é a promessa de voltar pra casa.
Sigo um caminho de algas e corais que logo chega ao fim. O fim que mostra que aqui é minha casa. Mas antes que possa assimilar o que vejo, vou para outro lugar.
Sei que estou no passado. Me vejo com uma armadura grega completa. Seguro uma espada ensanguentada e estou cheia de ferimentos. Olho ao redor. Até onde consigo enxergar neste enorme campo aberto, centenas, talvez milhares de mortos jazem no chão. Mas nem todos estão mortos: sei que aqui acabou de ocorrer uma batalha e sei que meu lado desta guerra venceu. Os últimos inimigos são obrigados a se render. Todos sorriem para mim.
Não sei se dou uma líder, uma general, mas entendo que isso não importa. Fiz algo importante aqui. Talvez tenha feito a diferença no resultado. Todos gritam, tão alegres que esquecemos os ferimentos. Me junto a este grito de vitória, extremamente feliz, apesar dos aliados que sei que perdi. Em meio a essa comemoração, todos somem e me vejo num lugar totalmente diferente.
Sei que estou no futuro, mas mesmo se não soubesse, perceberia.
As construções à minha volta são incrivelmente impressionante s (não há outras palavras para caracterizá-las): a ciência do século XXI não explicaria nem metade do que vejo. O mesmo vale para os carros, as roupas das pessoas à minha volta. Estou andando pelo que parece ser uma calçada do centro de uma importante cidade.
Sempre vivi nesta época. Após muito tempo de desafios e aventuras, estou voltando para meu lar. Talvez tenham se passado anos desde a última vez que estive aqui. Mesmo assim, conheço o caminho como a palma da minha mão.
Algo que parece ser um luxuoso edifício se destaca no meu campo de visão. Sei que é meu destino. Depois de tudo pelo que passei neste tempo (e sei que é muita coisa), meu maior desafio virá agora: enfrentar minha família.
Abro a porta do prédio, mas não vejo seu interior. Estou de volta ao banco do meu jardim.
O sol acaba de se por e, embora não possa vê-lo, sua luz ainda trás claridade ao ambiente-claridade o bastante para que eu possa enxergar as coisas ao meu redor, mas não mais o bastante para que eu possa ler.
Eu havia acabado de almoçar quando vim para cá. Já se passou muito tempo.
Noto que a pilha de livros que estava à minha esquerda (os para ler) agora está à minha direita. Li todos que tinha.

Levanto-me e estalo as juntas. Minha mãe está me chamando. Pego os livros e me encaminho para dentro de casa. Por enquanto, minhas viagens vão ter que terminar- não consigo conter um sorriso-, mas não por muito tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá caro visitante!
Estou disponibilizando os comentários a todos, mas antes eles passaram por uma pequena moderação. Por favor, não escrevam nada de ofensivo, discriminatório nem obsceno.
O blog fica melhor com a sua colaboração! ;D