Este aqui é mais recente e maior. Ele, assim como o da minha postagem anterior, reflete muito sobre mim, como penso, como sou. Confirmo o que disse na MEU NOME: lendo um texto, você passa a conhecer o autor. Espero que vocês gostem.. não esqueçam/não deixem de comentar o que acharam!!!
Minhas
viagens
Fevereiro de 2013
Finalmente
terminei minhas tarefas e obrigações. Agora posso viajar. Só agora o final de
semana está começando de verdade.
A maioria das
pessoas da minha idade não está em casa hoje, agora. Acho que quase todos estão
em shoppings, praças, parques, em um dia bonito como esse. Mas eu não faço
parte dessa maioria. Estou no jardim da minha casa, caminhando para o banco na
sombra que temos. O MEU banco. O lugar para onde vou quando quero viajar.
Sento-me nele. Respiro fundo e sorrio.
Este é o meu lugar. Aqui é a minha casa, o lugar onde me sinto bem, o
lugar onde posso ser eu, fazer o que gosto, ser quem eu quero. Começo minhas
viagens.
O jardim desaparece como mágica e à minha
volta vejo um lugar totalmente diferente. Sei que nenhum outro ser humano
esteve aqui. Não entendo como, mas sei que fiz algo bom, algo importante.
Completei uma missão que salvou este planeta. Sim, sei que estou noutro
planeta. Não há dúvidas disso: as leis da física, da química, todas elas, as
mais absolutas, as mais inquestionáveis leis da Terra não mostram nem sinal de
terem se aplicado aqui.
Uma multidão aparece. Não de humanos, e
sim de um povo alienígena, que para mim é muito familiar. Eles estão felizes e
me carregam acima de suas cabeças. Gritam em coro um som que sei que é como me
chamam. Fiz algo importante e agora sou a heroína deles. Grito em comemoração.
A alegria estampada neles é minha alegria. Estou radiante de felicidade. Então
o planeta desaparece e o cenário muda outra vez.
Á minha volta eu vejo água, muita água.
Demoro apenas alguns segundos para perceber que estou no fundo do oceano.
Peixes nadam à minha volta e o sol atravessa
a água, refletindo no fundo, proporcionando um efeito mágico. Poucos já tiveram
a oportunidade de ver essa maravilha da natureza. Um tubarão assassino passa
tranquilamente a alguns centímetros de meu rosto. Não me assusto.
Respirar e abrir os olhos não são
problema. Já estive aqui. Não há nada de anormal nesta situação, embora eu
tenha um leve pressentimento de que deveria haver.
Estou exausta, mas algo me impulsiona a
continuar nadando, andando ou seja lá como me locomovo: é a promessa de voltar
pra casa.
Sigo um caminho de algas e corais que logo
chega ao fim. O fim que mostra que aqui é minha casa. Mas antes que possa
assimilar o que vejo, vou para outro lugar.
Sei que estou no passado. Me vejo com uma
armadura grega completa. Seguro uma espada ensanguentada e estou cheia de
ferimentos. Olho ao redor. Até onde consigo enxergar neste enorme campo
aberto, centenas, talvez milhares de mortos jazem no chão. Mas nem todos estão
mortos: sei que aqui acabou de ocorrer uma batalha e sei que meu lado desta
guerra venceu. Os últimos inimigos são obrigados a se render. Todos sorriem
para mim.
Não sei se dou uma líder, uma general, mas
entendo que isso não importa. Fiz algo importante aqui. Talvez tenha feito a
diferença no resultado. Todos gritam, tão alegres que esquecemos os ferimentos.
Me junto a este grito de vitória, extremamente feliz, apesar dos aliados que
sei que perdi. Em meio a essa comemoração, todos somem e me vejo num lugar
totalmente diferente.
Sei que estou no futuro, mas mesmo se não
soubesse, perceberia.
As construções à minha volta são
incrivelmente impressionante s (não há outras palavras para caracterizá-las): a
ciência do século XXI não explicaria nem metade do que vejo. O mesmo vale para
os carros, as roupas das pessoas à minha volta. Estou andando pelo que parece
ser uma calçada do centro de uma importante cidade.
Sempre vivi nesta época. Após muito tempo
de desafios e aventuras, estou voltando para meu lar. Talvez tenham se passado anos
desde a última vez que estive aqui. Mesmo assim, conheço o caminho como a palma
da minha mão.
Algo que parece ser um luxuoso edifício se
destaca no meu campo de visão. Sei que é meu destino. Depois de tudo pelo que
passei neste tempo (e sei que é muita coisa), meu maior desafio virá agora:
enfrentar minha família.
Abro a porta do prédio, mas não vejo seu
interior. Estou de volta ao banco do meu jardim.
O sol acaba de se por e, embora não possa
vê-lo, sua luz ainda trás claridade ao ambiente-claridade o bastante para que
eu possa enxergar as coisas ao meu redor, mas não mais o bastante para que eu
possa ler.
Eu havia acabado de almoçar quando vim
para cá. Já se passou muito tempo.
Noto que a pilha de livros que estava à
minha esquerda (os para ler) agora está à minha direita. Li todos que tinha.
Levanto-me e estalo as juntas. Minha mãe
está me chamando. Pego os livros e me encaminho para dentro de casa. Por
enquanto, minhas viagens vão ter que terminar- não consigo conter um sorriso-,
mas não por muito tempo.
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